ESTÔMAGO
Na maioria dos peixes é uma dilatação do tubo digestivo onde os alimentos são mantidos o tempo necessário para realizar a digestão ácida. Sua mucosa interna forma sulcos longitudinais e sinuosos que desaparecem quando o estômago se expande com a entrada dos alimentos.
Os estômagos podem ser retos, ou ter forma de "U" ou "Y". O tamanho do estômago e sua dilatação máxima estão limitados pelo espaço da cavidade celomática.
Em Mugilidae, o estômago é dividido em duas porções, uma anterior (cardíaca) de paredes finas e outra posterior (pilórica) de paredes grossas, que tem por função triturar o alimento. A mesma característica observa-se em Prochilodus platensis, e em Prochilodus scrofa e Curimata insculpta, mostrando que tal característica anatômica é comum em espécies iliófagas. Mas também ocorre no planctívoro Sardinella brasiliensis.
Em espécies fisóstomas, o duto pneumático pode também ter sua entrada pelo estômago. Quando o duto abre no esôfago, é fácil entender como funciona, considerando que o esôfago só serve de passagem para o alimento, mas quando a abertura ocorre no estômago, é de se esperar algum processo fisiológico que permita ao estômago funcionar como passagem de ar à vesícula gasosa e como órgão digestivo. Os Siluriformes Hoplosternum, Ancistrus e Plecostomus, que engolem ar e absorvem oxigênio através das paredes do tubo digestivo possivelmente também apresentam padrões especiais de evacuação.
Algumas espécies de peixes não tem estômago, apresentando todo o tubo digestivo com a aparência do instestino embora possa ocorrer um pseudo-estômago, chamado bulbo intestinal, o qual pode ou não ter diferenciação histológica em relação ao verdadeiro intestino, sendo reconhecido visualmente somente quando tem conteúdo. A ausência de estômago é característica em espécies que ingerem alimentos com altos teores de substâncias alcalinas , indigeríveis ou de fácil digestão (areia, lodo, celulose, coral), porque seriam difíceis de serem transportados através de um estômago, além de inviabilizarem a digestão ácida. Mas também ocorre em peixe-voador que aparentemente não apresenta dieta especializada.
A ausência de estômago pode ocorrer em diversas categorias taxonômicas e, inclusive, em uma mesma categoria podemos encontrar espécies com e sem estômagos. Entre as taxas que apresentaram espécies de peixes sem estômagos temos: Holocephali, Cyprinidae, Catostomidae, Cobitidae, Locaricariidae, Neoceratodus, Gobiesocidae, Cyprinodontidae, Poecilidae, Atheriniformes, Syngnathidae, Labridae, Scaridae, Blennidae, Callionymidae, Gobiidae, Acanthuridae, Molidae.