TECNOLOGIA DO PESCADO
1. Características organolépticas do peixe fresco e peixe avariado.
2. Composição Química do Pescado
O conhecimento da composição química do pescado é de absoluta importância, quando se pretende submetê-lo aos métodos de conservação, sendo indiscutível seu excelente valor nutritivo, o que o torna um dos principais alimentos da dieta do ser humano.
Os componentes normais do pescado nas suas variações são:
Água 66 a 84%
Proteínas 15 a 24%
Lipídios(gorduras) 0,1 a 22%
Sais minerais 0,8 a 2%
Vitaminas
3. Conservação do Pescado
Os resultados de conservação do peixe são bastantes numerosos e existem muitas técnicas consideradas boas. No entanto, por mais perfeita que seja, o método não restitiu ao consumidor o peixe no estado no qual se achava antes do beneficiamento (conservação do pescado).
Relatamos a seguir as maneiras de como conservar o peixe:
3.1 Resfriamento
Após a captura, o pescado deve ser resfriado imediatamente, sendo o gelo o método mais eficaz para baixar a sua temperatura. A temperatura de fusão do gelo é de 0oC, considerada ideal porque diminui o desenvolvimento das reações enzimáticas e microbiológicas.
Durante a estocagem do pescado em gelo, o produto deve ser manipulado o mínimo possível. A média de resistência em gelo fica em torno de sete dias, sendo que certas espécies não resistem 48 h e outras, como a tilápia, podem resistir um tempo maior que sete dias, desde que seja devidamente eviscerada.
3.2 Congelamento
O pescado possui em sua constituição cerca de 60 a 80% de água. No congelamento, procura-se congelar essa água, diminuindo a velocidade das reações enzimáticas, microbiológicas e físico-químicas, retardando assim a deterioração do pescado.
Congelação rápida, ou seja, bem feita é o processo em que a temperatura do peixe inteiro é reduzida de O a -5oC em menos de 2 h, e este é mantido no congelador até a temperatura da parte mais quente baixar a - 21oC ou menos.
3.3 Conservas (enlatamento) do Pescado
Entende-se por conserva todo o alimento acondicionado em recipientes hermeticamente fechados e submetidos a um tratamento de esterilização térmica. O termo esterilização significa a inativação de microorganismos capazes de deteriorar o produto e/ou causar danos à sua saúde.
3.4 Salga
Um dos métodos usados para conservação do pescado é a salga.
Os tipos de salga são seca, úmida e mista.
Salga Seca - O peixe é colocado em camadas alternadas com sal, de modo que a salmoura formada pelo sal e a água do pescado sejam retirados do contacto com o produto; sempre a primeira e a última camada é o sal.
Salga Úmida - O peixe é deixado imerso em uma solução de salmoura (sal + água) saturada.
Salga Mista - O peixe é inicialmente salgado a seco. À medida que ocorre a formação de salmoura (sal + água do peixe), este vai ficando imerso na solução, pois não é efetuada a retirada da salmoura formada.
Espécie de peixes utilizadas para Salga
As espécies podem ser de água marinha ou doce.
Na Salga Seca - os peixes magros são mais usados, como o cação (Ord. Pleurotremata) e a tilápia(Sarotherodon niloticus).
Na Salga úmida ou mista - Os peixes gordos são mais usados, como a sardinha (Sardinella brasiliensis), merluza(Merluccius merluccious Hubbsi), pescadinha (Macrodon ancylodon) e curimbatá (Prochilodus scrofa).
3.5 Secagem
A secagem tem a função de retirar água do peixe, já que o sal só retira uma parte. É uma das etapas mais importantes do processamentos e pode ser realizadas tanto ao sol como em estufas com circulacão forçada de ar e temperatura controlada.
O peixe salgado e seco deve apresentar as seguintes características:
— não ter deficiência de penetração de sal, que se caracteriza por uma consistência mole, tipo borracha e uma superfície rugosa, com cheiros aliáceos;
— não ter excesso de sal que se manifesta por uma consistência dura e por manchas ligeiramente acastanhadas na superfície;
— não apresentar alterações provocadas pela ação direta de raios solares ou por temperaturas elevadas. Essas alterações conhecidas facilmente pela descoloração da pele à menor pressão dos dedos.
3.6 Defumação
A defumação é feita única e exclusivamente pela fumaça que atua por um mecanismo simples. Sua ação consiste principalmente em desidratar, inibir o crescimento bacteriano, retardar a oxidação (ranço) e promover sabor, aroma e coloração característica do defumado.